Gostaria de dizer que com o passar dos anos deixamos de nos decepcionar com as pessoas que amamos, que a maturidade nos torna imunes às palavras ásperas, e que nossa plenitude é o suficiente para estarmos sempre satisfeito consigo mesmo, ao ponto que a opinião alheia não nos afeta.
É, quando tinha apenas 15 anos, imaginava meus 27 anos diferente. Nem melhor nem pior, apenas diferente. Eu acredito que imaginava a mim mesma de maneira muito diferente.
É claro, sempre tive medo da solidão, mas agora tenho medo de estar acompanhada e mesmo assim só.
Havia o medo da instabilidade profissional, idade em que nem havia escolhido a mim, e agora habita o medo de não tomar o passo certo, na construção dessa estrada que todo profissional percorre.
Havia a sensação do príncipe à espreita, como se ja me procurasse sem saber, e hoje eu sei que não é bem assim...
É, muita coisa mudou, outras nem tanto, como o hábito de desabafar pelas palavras de maneira a narrar sentimentos, por vezes inconfessos...
Agradeço a Deus, por me permitir a oportunidade de sentir, de calejar, de recomeçar, de enrijecer quando necessário, e de chorar, como todo ser humano. Pois é preciso aceitar essa humanidade, para que assim se busque as coisas do alto.